Israel e o Médio Oriente: faz hoje dois anos desde 7 de outubro
Completam-se hoje dois anos desde o ataque coordenado de 7 de Outubro, que marcou uma escalada significativa de violência no Médio Oriente. Grupos como Hamas (Gaza), Hezbollah (Líbano) e forças apoiadas pelo Irão no Iémen realizaram operações sincronizadas, mostrando uma coordenação estratégica implícita e de longo alcance.
Coordenação e interesses do Irão
Esses grupos armados são financiados, treinados ou armados pelo Irão, que busca enfraquecer Israel e consolidar sua influência regional. Embora não haja acordos públicos, a convergência de objectivos evidencia uma estratégia implícita: ataques coordenados, pressão sobre Israel e complicação da diplomacia regional, incluindo negociações com a Arábia Saudita, que foram suspensas devido à escalada de tensões.
Benefícios estratégicos e económicos
O Irão e a Rússia saíram beneficiados da escalada:
Rússia: lucrou com o aumento global do preço do petróleo e gás, reforçando sua capacidade de financiar a guerra na Ucrânia e pressionar economicamente a Europa, principal apoiadora de Kiev.
Irão: fortaleceu seu poder regional e lucrou como produtor de energia e fornecedor de armamento.
China e Índia: continuaram a comprar petróleo e gás, pagando preços mais altos globalmente, mas obtendo condições preferenciais junto a Rússia e Irão, consolidando laços estratégicos.
O timing do ataque, no dia do aniversário de Putin, evidencia como interesses estratégicos globais podem convergir, sem necessidade de acordos formais, para criar efeitos económicos e políticos de longo alcance.
Impactos diplomáticos
A escalada suspendeu negociações regionais, como o acordo Israel - Arábia Saudita, e aumentou o risco de envolvimento de Israel contra povos árabes, reforçando a posição do Irão e a influência russa na região.
Reflexão ética
Apoiar grupos como Hamas significa alinhar-se com a agressão, a morte e a ameaça à liberdade e à democracia. Dois anos depois, o conflito permanece como um lembrete de que a violência organizada contra civis e Estados está sempre do lado da destruição, nunca da convivência pacífica ou da justiça.
Conclusão:
Quase dois anos após o ataque, o Médio Oriente continua a ser palco de tensões estratégicas que combinam interesses militares, económicos e diplomáticos. A convergência de Irão, Rússia e seus aliados regionais destaca a complexidade geopolítica, enquanto o mundo observa as consequências humanas, éticas e políticas de acções que ainda hoje moldam o equilíbrio regional e global.