A Ascensão do Eixo Polónia–Ucrânia e a Nova Europa dos Três Mares
A Polónia está a afirmar-se como o futuro motor financeiro, económico e militar da União Europeia. Através de políticas estratégicas de modernização, investimento em defesa e integração regional, Varsóvia consolidou-se como o pilar central da Iniciativa dos Três Mares, um projecto que liga o Báltico, o Adriático e o Mar Negro — e que promete redefinir os fluxos económicos e energéticos do continente.
A Ucrânia, ao seguir o exemplo polaco, encontra na sua vizinha um modelo de reconstrução e de desenvolvimento institucional. Ao adoptar reformas semelhantes e ao investir na sua capacidade agrícola, industrial e energética, Kiev prepara-se para desempenhar um papel complementar e decisivo no novo equilíbrio europeu.
Com a futura adesão da Ucrânia à União Europeia, o eixo político do continente tenderá a deslocar-se do tradicional binómio França–Alemanha, hoje em evidente desgaste económico e demográfico, para o binómio Polónia–Ucrânia, mais dinâmico, jovem e estrategicamente localizado.
A Ucrânia possui vantagens estruturais únicas: vastas reservas de gás natural, abundância de água doce e terras férteis capazes de sustentar a segurança alimentar de toda a Europa. Em conjunto com as infraestruturas energéticas e logísticas que a Parceria dos Três Mares está a desenvolver, estas riquezas poderão transformar o Leste Europeu no verdadeiro coração produtivo e estratégico da Europa do século XXI.
A integração entre os países do eixo Norte–Sul e a abertura de novas rotas entre a Ásia, o Médio Oriente e o Norte da Europa através desta rede serão factores decisivos para a autonomia económica europeia. O futuro da União pode, portanto, nascer não nas capitais antigas do Ocidente, mas nas terras férteis e resilientes do Leste.